Crise bilateral em discussão
Os vice-chanceleres da Colômbia e do Equador, Camilo Reyes e José Valencia, se reuniram ontem no Panamá para encontrar uma solução definitiva à crise bilateral. A tensão começou em 1º de março, quando tropas colombianas invadiram o território equatoriano, para atacar um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e mataram o guerrilheiro Raúl Reyes. Na semana passada, os chefes militares de ambos os países também se encontraram no Panamá, para decidir sobre o reestabelecimento da “cartilha se segurança” na fronteira.
Camilo Reyes e José Valencia já tinham conversado em 29 de abril (no Panamá) e em 13 de maio (em Lima), mas a crise persiste. Segundo o governo equatoriano, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, continua a acusar os vizinhos de serem cúmplices das Farc. As conversas iniciadas ontem também terão a participação de Víctor Rico, representante pessoal do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza.
Folha de São Paulo McCain quer acordo nuclear com Rússia
McCain quer acordo nuclear com Rússia
DANIEL BERGAMASCO - DE NOVA YORK
O senador John McCain, virtual candidato republicano à Presidência dos EUA, se distanciou da política internacional unilateralista do presidente George W. Bush ao defender ontem em discurso que os Estados Unidos busquem "parcerias" globais para redução do arsenal de armas nucleares.
No pronunciamento em Denver, Colorado, McCain defendeu especialmente a negociação com a Rússia para redução de armas nucleares e também citou a abertura de diálogo com a China sobre o tema.
"A Rússia e os Estados Unidos não são mais inimigos mortais. Como nossos dois países possuem a esmagadora maioria de armas nucleares do mundo, nós temos uma responsabilidade especial de reduzir esse número", declarou, em uma clara ruptura com pronunciamentos anteriores em que foi muito mais duro com o antigo rival dos anos de Guerra Fria.
Em outro momento, o senador afirmou que os EUA devem ser "um modelo para os outros". "Isso significa não apenas perseguir nossos próprios interesses, mas reconhecer que compartilhamos interesses com povos ao redor do planeta", disse McCain, para quem a abertura diplomática se baseia no "grande e permanente poder da América de liderar".
Diferente de Bush
O pronunciamento de ontem foi o segundo no qual o senador do Arizona enfatizou sua visão sobre diálogo multilateral distinta da de Bush -que apóia sua candidatura e participou à noite de evento para levantar fundos para a campanha.
Na primeira vez em que pontuou diferenças, há algumas semanas, o candidato declarou que, como presidente, estaria disposto a fazer concessões para combater o aquecimento global. Bush, por sua vez, é pouco flexível sobre o tema, tendo retirado o país do Protocolo de Kyoto, destinado a reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa.
Já na política internacional sobre armas, Bush rompeu em 2002 o Tratado Antimísseis Balísticos (TAB), criado em 1972, no qual países concordavam em não construir sistemas de defesa antimísseis.
"O que McCain disse no discurso sobre armas nucleares soa muito mais próximo da política do [ex-presidente Richard] Nixon e de George Bush pai, que defendiam que os EUA deveriam ser um modelo e, assim, liderar o mundo. É um retorno à maneira de liderar do Partido Republicano", disse à Folha Matthew Bunn, especialista em política internacional e proliferação nuclear da Universidade Harvard.
"Já Bush filho não se importa em dar exemplo a ninguém e adotou uma política que o distancia do resto do mundo, como você pode ver por Guantánamo", afirmou, citando a prisão em base militar que os EUA mantêm em Cuba para suspeitos de terrorismo e onde prisioneiros denunciaram a prática de tortura.
Protesto
No salão da Universidade de Denver onde McCain fez o discurso, o candidato foi interrompido algumas vezes por manifestantes contra a Guerra do Iraque, cuja continuidade é apoiada pelo candidato. Em resposta, McCain repetiu: "Eu nunca me renderei no Iraque".
McCain ainda citou a Coréia do Norte e o Irã, com os quais "é preciso ser mais rígido" na verificação de armas nucleares, e voltou a refutar a proposta do rival democrata Barack Obama de dialogar com países "hostis".
Folha de São Paulo Documento bilateral teve três revisões
DA REDAÇÃO
No seu discurso de ontem, McCain afirmou que apóia um novo acordo de redução de armas com a Rússia para substituir o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start, na sigla em inglês), que expira em 2009. O governo Bush tem se recusado a aceitar novos limites obrigatórios de redução dessas armas.
O Start, de 1991, visou a a redução do arsenal atômico das duas potências. Firmado meses antes do fim da União Soviética, foi visto como um pacto para encerrar a Guerra Fria.
O texto obrigava os dois lados a reduzirem em 35% seu estoque de armas nucleares de longo alcance, avaliado em 10 mil ogivas cada, em sete anos -a meta foi alcançada. O Start-2, que entrou em vigor em 1996, e o Start-3, de 1997, pretendem reduzir o estoque de ogivas para 2.000 de cada lado até 2012.
Segundo especialistas, os EUA dispõem hoje de pelo menos 5.300 ogivas operacionais e 5.000 em reserva. A Rússia teria 4.700 armas nucleares operacionais.
O Globo FAB muda 15% das rotas de helicópteros no Rio
Tiros contra aeronaves e aumento do tráfego aéreo são as causas; Aeronática estuda ainda outras alterações
Antônio Werneck, Fábio Vasconcellos e Taís Mendes
No ano passado, a Aeronáutica implantou no Rio novos corredores de circulação de helicópteros e alterou o desenho de algumas rotas, levando em conta a insegurança de pilotos e passageiros e também o aumento do volume de tráfico aéreo na Região Metropolitana. A informação foi revelada em nota pelo comando da Força Aérea Brasileira (FAB), admitindo que as alterações atingiram cerca de 15% do traçado, com o estabelecimento de novas altitudes, rumos e até novas rotas.
Ainda segundo a FAB, novas mudanças podem acontecer no espaço aéreo do Rio este ano. O assunto será discutido na reunião que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) realizará nos próximos meses, em data a ser definida. Na pauta de discussões, os "problemas relacionados com o movimento de aeronaves na região do Rio de Janeiro, a exemplo do que já aconteceu em São Paulo, em fevereiro deste ano", diz a nota. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou ontem a existência de registros na Gerência Regional (Ger 3) - como noticiou ontem O GLOBO - de helicópteros atingidos por balas quando sobrevoavam morros do subúrbio do Rio, em 2007.
Helicóptero foi atingido por bala na sexta-feira passada
Apesar das mudanças, um novo caso aconteceu na última sexta-feira: um helicóptero modelo esquilo AS 350 B, fabricado em 1986, foi atingido por uma bala de fuzil no tanque de combustível quando seguia, com seis pessoas, do Rio para Ibitipoca, em Minas Gerais. O incidente aconteceu por volta das 9h30m, na Vila Cruzeiro, no Complexo do Alemão, na Penha, a cerca de 500 pés de altitude (cerca de 160 metros a partir do ponto mais alto). A bala perfurou a fuselagem, atingiu o tanque de combustível e se alojou no banco a cerca de três centímetros de um dos passageiros.
Logo que percebeu que o aparelho havia sido atingido, o piloto entrou em contato com a torre de controle do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, e foi autorizado a fazer um pouso de emergência. No helicóptero, além do piloto, não identificado, estavam o empresário Arthur Bahia; a mulher, a artista plástica Mucki Skowronski; o casal de empresários mineiros Renato e Cristina Machado; e a arquiteta Márcia Müller. Ninguém ficou ferido. A Polícia Civil abriu ontem à tarde inquérito para investigar o caso.
Governador recebeu e-mail da artista plástica
O governador Sérgio Cabral assegurou que vai continuar a enfrentar os criminosos, lembrando que os moradores do Complexo do Alemão também sofrem com a violência.
- Até conheço pessoalmente as pessoas que estavam no helicóptero e fiquei muito sentido. Imagino o pavor. Nosso objetivo é dar tranqüilidade à população, seja para quem anda de helicóptero, para quem anda a pé ou para quem mora nessas comunidades, os que mais sofrem. Recebi um e-mail da Mucki (referindo-se a artista plástica Mucki Skowronski, uma das passageiras) e ontem mesmo respondi. São meus amigos. Disse que sentia muito e que imaginava o terror que sentiram - afirmou o governador Sérgio Cabral.
Wednesday, May 28, 2008
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